Empresas aumentaram o número de contratações, o que levou a reajustes nas médias salariais; quem tem um diploma chega a ganhar três vezes mais.
A aceleração do processo de transformação digital em 2020, incentivada pela pandemia, colocou os profissionais de tecnologia ainda mais em destaque. O setor registrou um aumento de 20% a 30% nas médias salariais para as funções com mais demanda. Além disso, as oportunidades de emprego cresceram 25%.
O levantamento faz parte da 2ª edição do relatório de salários no ambiente tecnológico da Revelo, empresa de tecnologia para a área de recursos humanos.
O relatório, feito com base em mais de 25 mil empresas e 1,5 milhão de candidatos cadastrados na plataforma, mostra que a área de Marketing Online teve o maior aumento no panorama salarial em relação ao ano de 2019, de 22,66%, seguida por Design (19,62%).
Já o cargo de Desenvolvedor teve avanço de 16,66% e foi o especialista mais buscado durante todo o ano de 2020 (67,51%).
Outras carreiras do segmento também tiveram crescimento na média salarial ante 2019. São elas: Tecnologia da Informação, com 10,78%; e Negócios, com 10,69%.
A área de Business Intelligence teve aumento salarial menor (8%), mas a demanda por esses profissionais se manteve constante durante todo o ano.
Apenas os salários na área de Finanças apresentaram queda em 2020 - cerca de 20,18%.
O aumento salarial para os profissionais de tecnologia ocorreu para Júnior, Pleno e Sênior. Veja abaixo:
Para os cargos Júnior, a área que trouxe maior crescimento salarial foi a de Marketing Online, com aumento de 67%.
Para Pleno, o maior aumento foi em Business Intelligence, com adição de R$ 1.370 ao salário. Já o setor de Finanças teve grande queda nas remunerações, registrando diminuição de cerca de R$ 1.625.
Para o profissional Sênior, o maior crescimento foi no setor de Design, com aumento de 29%, cerca de R$ 1.985. O menor para essa posição se deu para a área de BI, com 7%, acréscimo de R$ 160 nos salários.
“O panorama de dados deste relatório mostra que, por mais que a pandemia tenha afetado muitas áreas, o setor de tecnologia se manteve em ascensão, aumentando as buscas por cargos na área e, consequentemente, as faixas salariais. O mercado para esses profissionais está extremamente aquecido e as oportunidades continuarão crescendo em 2021”, diz Patrícia Carvalho, diretora de Experiência do Candidato e Marketing na Revelo.
Graduados ganham mais
A formação superior está diretamente ligada aos melhores salários. Quem tem um diploma chega a ganhar três vezes mais.
Além disso, a empregabilidade para pessoas com o superior completo teve um aumento de 4,1% nos últimos dois anos. Para os profissionais que concluíram o ensino médio, a taxa menos: 2,3%.
Já o índice de empregabilidade para quem tem ensino fundamental teve queda de 5,2%.
Profissionais mais demandados
Dentro do aumento de 25% na abertura de vagas no setor, as funções mais buscadas foram de analistas de dados e performance, ciência de dados, administração de sistemas, segurança da informação e engenharia de dados.
A carreira de Desenvolvedor se manteve em alta durante todo o ano de 2020, registrando 67,51% das buscas totais. Já os setores de Finanças e Tecnologia da Informação registram grande procura nos primeiros meses do ano, mas foram decaindo ao longo do período.
Áreas como Business Intelligence, Design e Marketing Digital não demonstraram constância nas buscas e oscilaram ao longo do ano.
Sudeste teve maior demanda e aumento salarial
O estudo da Revelo apontou que nas regiões de Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, a busca por carreiras no setor de tecnologia foi a mais intensa, sobretudo durante os meses de pico da pandemia, de março a maio de 2020.
Em relação às médias salariais, em Belo Horizonte, o aumento foi de 20%, enquanto em São Paulo e Rio de Janeiro, ficou em 16%.
Contratação como PJ
Os profissionais de tecnologia começaram a ver vantagens na contratação como PJ (pessoa jurídica), pois veem como alternativa para encontrar oportunidades em um momento de incertezas.
Cerca de 30% dos candidatos demonstraram disponibilidade para a contratação como PJ. Antes do período de quarentena, esse interesse pelo regime era de apenas 7%.
Além disso, o modelo de contratação traz cautela para as empresas na hora de assumir vínculos empregatícios, dado o cenário incerto.
Fonte: G1