Ibovespa reduz ganhos com discurso do presidente do Fed e medo de 2ª onda

Jerome Powell volta a adicionar incertezas sobre recuperação econômica e diz que não correrá como um "elefante" para o mercado de títulos.

A bolsa brasileira reduziu os ganhos, nesta terça-feira, 16, com dos temores sobre uma segunda onda de contaminação, após o número de infectados por covid-19 voltar a bater recordes na Flórida, enquanto aumentam as hospitalizações no Texas. Na China, onde já havia maior controle sobre a doença, o surgimento de novos casos podem fazer com que as escolas voltem a ser fechadas. O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em sabatina no Senado americano, também adicionou incertezas sobre a recuperação econômica.  Às 14h32, o Ibovespa, principal índice de ações, subia 1,33% e marcava 93.623,71 pontos.

Mais cedo, havia grande otimismo sobre o anúncio, feito na véspera, de que o Fed irá comprar títulos de dívidas corporativas. Hoje, no entanto, Powell tratou de adicionar maior cautela sobre o tema. “Não nos vemos querendo percorrer o mercado de títulos como um elefante apagando sinais de preços”, comentou. Powell também disse que até que se tenha certeza de que a doença está contida, é improvável uma recuperação completa.

“Logo que saiu o comentário teve o efeito negativo nos mercados, mas logo depois voltou quase tudo. O cometário mostra que ele não recuou, mas também não irá sair fazendo loucuras. Então dá para ver o copo meio cheio ou meio vazio”, disse Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

Outro pacote de estímulo que ajuda a sustentar o tom positivo nos mercados é o do Banco do Japão. Nesta terça, o BC japonês informou que vai ampliar o pacote de financiamento corporativo de 75 trilhões de ienes para 110 trilhões de ienes (certa de 1 trilhão de dólares). Os investidores também aguardam novos estímulos por parte do governo americano.

De acordo com a agência Bloomberg, Donald Trump prepara um pacote de 1 trilhão de dólares para ser gasto em projetos de infraestrutura. A maior parte do dinheiro deve ser usado em projetos tradicionais, como pontes e rodovias, mas também será destinado para projetos de tecnologia 5G e de banda larga rural.

Para Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, a euforia com os estímulos, no entanto, é “exagerada”. “O mercado está subindo em cima de um estímulo [do Donald Trump] que não depende só dele. É algo que está na mesa, mas não quer dizer que foi feito. Em 2018 ele prometeu isso e não saiu até agora”, disse.

Além dos pacotes de estímulos, também estão no radar dos investidores os dados sobre vendas de varejo dos Estados Unidos e do Brasil, referentes aos meses de maio e abril, respectivamente. Nos EUA, os números vieram acima das expectativas, apontando para um crescimento de 17,7% em comparação com o mês anterior. A expectativa era de as vendas crescessem apenas 8%. Já no Brasil, os números vieram piores que os projetados. Por aqui, as vendas do varejo de abril caíram 16,8% em relação ao mês anterior ante uma expectativa de contração de 12%.

Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, os dados reforçam a perspectiva de queda de 9% do PIB brasileiro no segundo trimestre. “Muito provavelmente maio deve manter o baixo nível do varejo para vermos apenas uma melhora em junho uma vez que só agora a quarentena foi afrouxada”, comentou em nota.

Fonte: EXAME

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