Ibovespa bate 100 mil, mas vira para queda com medo de Covid-19 nos EUA

Pedidos de auxílio desemprego nos EUA ficam abaixo do esperado e impulsionam abertura, mas índice perde força, com piora do cenário internacional.

O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, abriu em alta nesta quarta-feira, 9, e bateu 100.000 pontos pela primeira vez depois de ter perdido a marca em 6 de março, há 125 dias. Mas, depois de se aproximar dos 100.200 pontos nos primeiros minutos de pregão, o índice perdeu o ímpeto positivo e passou a cair.

Às 15h39, o Ibovespa recuava 0,51% para 99.263 pontos. Ainda assim, desde a mínima intradia do ano, de 61.690,53 pontos, o índice já subiu cerca de 60%.

No mercado, a expectativa para que o Ibovespa batesse os 100.000 era grande. Na véspera, o índice subiu mais de 2%, com ajuda de dados positivos das vendas no varejo brasileiro, mas não conseguiu superar a marca, tida por especialistas como uma “forte barreira psicológica”.

Hoje, o feito só foi possível graças aos dados americanos de pedidos de auxílio desemprego, que, pela manhã, deram impulso às bolsas de valores do mundo todo. De acordo com o Departamento de Trabalhos dos Estados Unidos, foram feitos 1,314 milhão de pedidos de seguro desemprego na última semana.

Embora ainda alto em relação aos números pré-pandemia, a quantidade confirmou a tendência de queda e ficou abaixo dos 1,375 milhão de pedidos projetados por economistas. O dado publicado na semana passada também foi revisado para de baixo, de 1,427 milhão para 1,413 milhão de pedidos.

Mas mesmo com a ajuda dos dados econômicos, o patamar dos 100.000 ainda se mostra uma “barreira”. “Pela primeira vez, o mercado está ponderando o quanto os preços andaram em relação à economia. Dados de alta frequência mostram que aquela ‘pancada’ positiva com a retomada da atividade se estabilizou”, disse Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

Embora os pedidos de seguro desemprego tenham ficado abaixo do esperado, o crescente número de casos de coronavírus nos Estados Unidos também impõe cautela nos investidores, após o país voltar a registrar recorde diário com mais de 60.000 infectados em 24h. Por lá, o índice S&P 500 cai 1,29%, enquanto o Nasdaq, 0,59%.

“O tom ainda é de cautela. Esse aumento de contágio nos EUA preocupa muito e coloca em xeque, inclusive, a eficácia dos estímulos dos bancos centrais. Só os dados de desemprego não foram suficientes para manter o Ibovespa acima dos 100.000 pontos. Tem um efeito psicológico muito importante. A marca ainda tem que ser consolidada, mas para isso depende de fatores complexos, inclusive, sinais de melhora da economia interna”, disse Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos.

Na bolsa, o destaque do dia fica com as ações da Eletrobras, que lideram as altas do Ibovespa, subindo mais de 7%. No radar dos investidores estão os esforços do governo para a privatização da companhia. “No Brasil, a gestão estatal costuma ser ineficiente, com burocracia para contratar, demitir. É totalmente atrasado em relação ao setor privado. Se privatizar, tem mudança de governança que ajuda a destravar um grande valor para a companhia”, comentou Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

Fonte: EXAME

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