O dólar mantém alta nesta quarta-feira (8), em meio a persistentes preocupações de aumento da inflação global e de desaceleração da economia mundial, e com os investidores avaliando as perspectivas fiscais do Brasil.
Às 9h33, a moeda norte-americana subia 0,59%, a R$ 4,9028. Veja mais cotações.
Na terça-feira, o dólar fechou em alta de 1,64%, a R$ 4,8742. Com o resultado, a moeda passou a acumular alta de 2,58% no mês. No ano, tem desvalorização de 12,57% no ano frente ao real.
O salto do dólar registrado na véspera ocorreu após nova proposta apresentada pelo governo para tentar baixar os preços dos combustíveis, com analistas avaliando que a medida traz riscos fiscais e pode não garantir uma reversão da alta dos preços da gasolina e do diesel.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo federal aceitará ressarcir os estados pelas perdas de arrecadação com o projeto de lei que estabelece uma alíquota máxima para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis. Essas transferências representariam um custo entre R$ 25 bilhões e R$ 50 bilhões, mas a fonte dos recursos ainda não foi detalhada.
Os preços internacionais do petróleo registram nova alta nesta quarta, com o barril do tipo Brent permanecendo acima dos US$ 120.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) atualizou suas previsões e prevê agora que a economia mundial deverá crescer 3% este ano, muito menos do que os 4,5% esperados no relatório anterior, de dezembro. A entidade também avaliou que qualquer alívio rápido do aumento dos custos é improvável, com a inflação devendo atingir um pico de 8,5% este ano nos países da OCDE.
Os investidores seguiam monitorando também pistas sobre a magnitude dos aumentos das taxas de juros nas grandes economias à medida que tentam domar a inflação crescente. O Banco Central Europeu (BCE) tem reunião marcada para esta quinta-feira, e o Federal Reserve, na próxima semana.
Juros mais altos nos EUA tendem a valorizar o dólar, já que elevam a atratividade da dívida norte-americana, considerada a mais segura do mundo.
Fonte: G1