O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, passou a operar em alta, depois de recuar mais cedo nesta quinta-feira (19), mesmo com o clima de incerteza nos mercados globais, que seguem pressionados pelos temores de recessão em diversos países, mesmo após uma série de medidas de bancos central, incluindo um novo corte da taxa básica de juros no Brasil.
Às 15h56, o Ibovespa subia 4,47%, a 69.885 pontos. Veja mais cotações. Na mínima, marcou 61.690 pontos e caiu mais de 7%.
Já o dólar opera em queda, em dia instável; na abertura voltou a bater R$ 5,20.
No dia anterior, a Bolsa chegou a ter os negócios suspensos mais uma vez e fechou em queda de 10,35%, a 66.894 pontos, no menor patamar de fechamento desde 3 de agosto de 2017 (66.777 pontos). Desde que a pandemia do coronavírus teve início, o circuit breaker foi acionado seis vezes em apenas oito sessões. Na parcial do mês, o índice acumula queda de 35,78%. No ano, o tombo é de 42,16%.
Temor de recessão global
Os mercados globais têm mais um dia de queda nesta quinta, ainda que mais suave, com os investidores avaliando que nem mesmo a série de medidas anunciadas por governos e bancos centrais para combater os impactos do coronavírus será suficiente para evitar uma recessão global.
Na visão do analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, parece que agora o que realmente irá acalmar os ânimos nos mercados será a queda no número de infectados e a descoberta de uma vacina que seja eficaz para esse mal.
Os preços do petróleo, por sua vez, mostram recuperação após três dias de fortes quedas, que levaram os preços ao menor nível em quase duas décadas.
Na véspera, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros no Brasil de 4,25% para 3,75%. Especialistas ouvidos pelo G1 avaliam que a decisão do BC foi "ponderada", mas avaliam que a Selic poderá voltar a cair ainda mais porque ainda é difícil prever até onde vai a desaceleração da economia provocada pelo avanço do coronavírus.
No Brasil, mais analistas passaram alertar sobre o risco de uma recessão no primeiro semestre. Os bancos JPMorgan e Goldman Sachs passaram a prever contração da economia brasileira em 2020, com estimativa de queda do PIB (Produto Interno Bruto) entre 1,0% e 0,9% neste ano.
Também no radar está a aprovação pelo Plenário da Câmara dos Deputados na véspera do pedido de reconhecimento de calamidade pública enviado pelo governo em função da epidemia do coronavírus e a matéria vai agora ao Senado.
O estado de calamidade pública libera o governo do cumprimento da meta fiscal deste ano para o governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central), de R$ 124,1 bilhões, abrindo caminho para mais gastos com a epidemia.
Fonte: EXAME